quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Sem sentir - Por Rose

Pairo num pedaço de mente oca sem certezas
Sozinho num mar de aflições agrestes e crueis
Partido num espaço de choro, lamento e tristezas
Pintando a vida sendo os dedos os mais puros pinceis

Sou forçada a continuar, sem saber para onde ir
Caminho sem rumo naufragando na bruma da lua
Não vejo a luz, não vejo o sol para poder seguir
Para continuar em frente preciso de uma mão tua

Estou gelada, o frio corroi-me o corpo o ser
Corroi-me a vontade de sentir, de amar, de lutar;
Gela-me as mão a alma e o simples querer
De um dia poder ver a luz sem ela me cegar

Tudo desapareceu no tempo, no vazio
Simplesmente ficou a dor, a pena, o odio
Criando um rancor que o abismo pariu
Um abismo sem fundo onde se perde a alma

No escuro caio sem saber onde estou
Sem sentir a vida nem sequer o perdão
Parado no tempo sem ver para onde vou
Carregando o fardo de não sentir emoção 


quinta-feira, 22 de julho de 2010

Pequenas Dúvidas de madrugada - Por Rose

Não! Não quero pensar mais nisso!
Está escurencendo e estamos prontos para uma noite fria e sombria na montanha.                                                  Dizem que chove nas montanhas. Estamos dentro de uma mina não terminada... Ela é fria e escura... Utilizamos os poucos recursos que tínhamos para iluminar um pouco a caverna... Uma fogueira.... alguns cobertores que trazíamos conosco... e uns peixes que Pietro pescara... Ele era habilidoso com isso.
E como disseram, chovia na montanha.
Ótimo. Menos um dia para PENSAR em algo.
Onde será que está o meu pai a essa hora? Onde está minha alma? O que ele fez com ela?
Por que ele fez isso? Como Key SABIA que ele faria isso? Por que ela confiou sua alma a mim?
E o que é esse livro que eu NÃO CONSIGO ler?
Por quê isso tudo?

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Sobrevivência - Por Rose

Pietro pediu licença e foi se vestir. Enquanto se vestia eu percebi uma espécie de 'terço' fazendo volume no travesseiro dele... Estranho... Ele não é o tipo de pessoa que usaria isso... Seria? Então peguei o terço.

Quando voltou, Pietro estava diferente. O cabelo, sempre meio bagunçado e espetado, agora arrumado. O protótipo de 'terno' que ele sempre usava, agora fora substituído por um traje estranho, que nem eu sei definir direito o que é.

-Vamos? -disse ele
-Com você vestido nessa toalha? Não mesmo!
- Uma súcubba com senso de como se vestir....? - nesse momento corei - Rose, a 'toalha' que eu estou vestindo é um traje usado por sarcedotes em templos. Não posso sair pelo templo vestido daquele jeito,certo? -ele sorriu
-Se você diz...Agora vamos. Hellen está esperando.

Então puxei-o pelo braço e saí correndo arrastando ele. Estávamos descendo as escadas, quando um sarcedote olhou para mim e para Pietro e riu.
Quando chegamos lá embaixo, os sarcedotes estavam conversando e quase derrubamos um. Então este me sai com essa:- Que modos para um ocupante do cargo de sarcedócio!
E ao que eu respondo: -Ele é criança!
-Rose! -Pietro se indignou.

Saímos do templo e fomos ao encontro de Hellen.
-Ela não está aqui...
-Ótimo. Assim volto a dormir.-disse Pietro.
-Você endoidou? O meu tr..

Então ela apareceu como uma sombra atrás de mim.
- Desculpe meninos... Hilda estava impossível... Bom.. o que falarei aqui será muito simples. Pietro, durante esse treinamento de sua amiga, você será responsável pela segurança dela e das pessoas ao seu redor todo o tempo que vocês estiverem fora.
-O que??? - dizemos juntos.
-Ele vai ser minha babá?
-Eu vou ser babá dela?
Nos entreolhamos
-Eu não veria por esse lado... mas já que vocês tem esse ponto de vista... Sim. Bom.. então eu desejo muita sorte a vocês... E vocês já estão dispensados.

Peguei o livro e começamos a andar para o interior da floresta.

- Deve ser um tabalho fácil... pegar um boi, um fungo e uma flor...
-Não. Não é um trabalho fácil... você tem que pegar especificamente o que Hellga mandou senão é reprovada...e teria um outro teste bem mais difícil com ela.
-Mas... é um boi! - eu me indignei
-Mas lembre-se que ele tem que estar VIVO. E você também, para levá-lo até ela.
-Então começaremos pela flor, tudo bem?
- Hã... Alukka... eu adoraria concordar com você, mas uma coisa que eu acho que você não percebeu... foi a ordem que Hellga pronunciou a palavra. E duas vezes.
-O que?
-Você vai ter que começar pelo bisão.
-O quê??? E ela espera que eu ande por aí com ele como se fosse um cachorro? Ele pode matar humanos!
- Sim, mas se eu fosse você eu seguiria por essa ordem... Acredite... eu já passei por algo parecido.

Fomos para as montanhas. Antes das montanhas há vilarejos. Três ou quatro. E em vilarejos há humanos. E humanos têm medo de demônios. E eu sou uma súcubba.
Passamos pelo primeiro vilarejo.
- Rose... Esconde o chifre. Pelamordedeus.
-Não.
-Rose, nós vamos ser atacados. Esconde.
-Não.
-Rose, nós estamos em minoria. Isso aqui é uma mini-cidade. Esconde. Por favor.
-Não... É surdo ou o quê?
-Danou-se.
Então. Dentro de poucos minutos fomos cercados por um grupo de pessoas. Com lanças.
Havia alguns idosos e jovens. E havia uma criança. Droga. Não poderia atacar.
Fomos presos. E soltos no final do mesmo dia. E continuamos nosso caminho.
- Alukka. Como você pôde fazer isso.. não era mais fácil ter coberto o chifre?
- Não. Não gosto das pessoas que não aceitam súcubbos. Não gosto dos humanos.
E isso, por incrível que pareça, ocorreu  nos outros vilarejos também!

Quando finalmente chegamos ao pé da montanha, vimos bisões.
Aquilo mais parecia um campo de batalha. E eu estava no meio. Bisões se batendo e se matando aos montes. Explicação: estavam em época de acasalamento.
- Vocês querem me matar? Vocês me fizeram vir atrás de bichos assim? Como? Eu vou morrer amassada!
-Isso aí. Apenas cuidado... os chifres deles machucam. - disse Pietro em tom de sarcasmo.

E agora? Como.... eu? Mas são..... muitos.

- Mas... Então está bem... ela disse que tenho que levá-lo vivo, certo? Quase-morto é vivo, né?
-E quem vai carregar o bicho?
- Vamos acampar.
-O que?
-Vamos acampar. Quero ver qual foi o bicho que ela escolheu. E logo logo vai escurecer. Acamparemos enquanto há sol.
-Mas ainda é de manhã!
-Pietro. Você que vive aqui... Não sabe que nas montanhas escurece mais rápido? Nós temos que estudar o relevo antes de acamparmos, para termos certeza que não seremos atacados enquanto estivermos dormindo. E teremos que estudar métodos de defesa.
- Tá.

Então eu começei a fazer observações ao longo do "pé da montanha" e buscar pontos-baixos e altos.
Achei uma escavação não terminada abaixo do chão , com a entrada tampada por algumas  àrvores. Enquanto Pietro iria ficar tomando conta dos mantimentos, outro ponto importante que esquecemos completamente.
Eu arrebentei as àrvores. Senti fluir pelas minha veia um poder estrondoso. Parecia que depois de uma noite bem-dormida, eu me recuperava execelentemente.
Ao pé da montanha, a cortando, havia um rio passando. Peixe. Mantimentos. Comida. Barriga cheia. Tudo a ver...

E como sempre metido em confusão... Pietro saiu correndo me procurando por que estava sendo perseguido por um javali.
- A-A-Aluuukkaaaaa! Me ajuda! Socorro!
- Cuidado Pietro! Os dentes dele machucam! - então eu ri.

Depois do incidente que Pietro quase perdeu uma perna pelos dentes do javali, nós o matamos para comer. Estava bom... Eu tinha algumas experiências com a minha irmã de caça e sobrevivência fora de casa. É ótimo aprender isso quando você ainda não precisa. Por que ainda irá precisar.
Nessas horas eu olho o livro. Lembro-me do que meu pai me tirou. Ele me tirou a preparação para o futuro. Ele me deu a oportunidade de ter alguém ruim vivendo dentro de mim. Ele me fez refletir. Como não tenho alma... Athenna faz todo o trabalho para mim. E se um dia ela sair...? Terei falhado em minha missão?

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Primeira missão - Por Rose

Acordei com Pietro me observando.


- Bom dia. Mestre Baldoc já esteve aqui e pediu que assim que você acordasse, para acompanhar-me até lá fora. - então abriu um sorriso.
- Bom dia pra você também. - olhei para a cara dele com vontade de partí-la ao meio.

Pietro foi correndo avisá-lo que eu acordei.
                                        
               ***


Já estavamos no campo de treinamento. E quem iria me treinar seria a irmã de Baldoc. Aquela que tinha um chapéu roxo e um olho fechado.


-Alukka é seu nome, certo ? - Perguntou Hellen.
- Na verdade é Rose... mas prefiro Alukka. - expliquei.
- Então está decidido. Alukka. - declarou ela - Queria pedir desculpas pelo comportamento de minha irmã ontem. Ela respeita muito a conduta Polyiwa. Segundo nossas leis, não podemos mexer, falar, chegar perto e até evitar olhar para as 'raças proibidas'. Mas como o concelho admitiu você aqui acho que ela terá que aceitar-te. Afinal, não vejo problemas em você... Vejo soluções.
- Obrigada. Mas... Creio que sua irmã não pensa assim.
- Acho que ela tem ciúmes de você. - então ela riu.


Ciúmes....?


- Alukka. Fique esperta por aqui. Essas pessoas não gostam de você. Até agora, você poderia tirar como exceção a mim , meu adorado irmão e seu amigo.


Eu a observava. Ela olhava para o alto , reflentindo. Sua mente vagava leve e  lentamente por entre as folhas da árvores, juntamente com os pássaros. 


- Tudo bem..? - perguntei.
- ahn..?! Oh. Sim, apenas lembrava de algo parecido com sua chegada aqui. Não perderemos mais tempo, sim..?! Quero começar com um exercício leve para você.
- Ok.
 -Aqui, na floresta de Skalnir temos variedades de animais e plantas. Quero que você ache e pegue três coisas para mim. Esse exercício serve para avaliar sua capacidade de análise e rastreamento, Pois já estive lá anteriormente. Isso irá ajudá-la, porque aposto que você não conhece essa floresta.
- Tudo bem. Pode falar.
- Quero que você pegue um bisão das montanhas. Ele é fácil de ser encontrado, porém, ele não é o que poderíamos chamar de dócil. Quero que você traga ele VIVO. Quero também que traga um cogumelo que cresce à 2 km daqui, é um pouco difícil de encontrá-lo, pois ele é menor que os outros e se parece muito com a maioria, mas ele possui uma 'pintura' muito 'diferente' em azulado, você o reconhecerá por uma razão: ele nasce dentro das cavernas. E por último, mas não menos importante quero uma flor. Mas não darei dicas, você terá que analisar aonde será SEU próximo passo pela energia dos MEUS.
- Um bisão. Um cogumelo. Uma flor. Algo mais...?
- Sim. Não morra. Fuja dos Shalnarks.
-Entendido. 
Saí correndo.
- Ei. Espere. 
- ?
- Leve isso com você. - então entregou-me uma... lanterna... mini- cetro... qulquer coisa estranha que brilhava MUITO - Isso te trará de volta para cá em caso de perigo. Se for um Shalnark, não reaja. Fuja. Eles estão se matando aos poucos, ao ferir a floresta-mãe deixe- os pagar pelos próprios erros. 
- Sim. 
- Volte em 120 horas, ou seja, cinco dias. Não quero você andando sozinha por aí  por mais de cinco dias. Epa.


Ela me olhou como algo tivesse clareado a mente dela.


- Pietro. Traga-o aqui.
- Certo! - respondi prontamente.
Corri pelos fundos do Templo e os sarcedotes não me entendiam. Subi dois lances de escada até chegar ao andar do quarto onde Pietro estava descansando. Abri a porta abruptamente. E o vi dormindo. Com Helga ao lado dele com a mão em seu rosto.


"Então está decidido. Alukka. Queria pedir desculpas pelo comportamento de minha irmã ontem. Ela respeita muito a conduta Polyiwa. Segundo nossas leis, não podemos mexer, falar, chegar perto e até evitar olhar para as 'raças proibidas'. Mas como o concelho admitiu você aqui acho que ela terá que aceitar-te. Afinal, também não vejo problemas em você... Vejo soluções.


 Obrigada. Mas... Creio que sua irmã não pensa assim.


 Acho que ela tem ciúmes de você. 


Ciúmes....?"


Entendi o porquê.


-Ei. Como se atreve a entrar nos aposentos dele dessa maneira, súcubba? - indignou-se.
- Aqui é o meu quarto também! Posso entrar aqui a hora em que eu quiser!
- Sua...
- Que foi?! E o que você estaria por acaso fazendo ao lado do meu amigo?
- Não por muito tempo, assassinazinha. Logo, logo ele não chegará mais perto de você.
- Saia daqui vovó. Este quarto não é um retiro para idosos!
- Garota insolente...  - os olhos dela mudaram. Um olho estava emanando uma  luz azul - Ars non habet inimicum n... - ela estava concentrando uma energia estranha nas mãos.
- HILDA! - Hellen apareceu ao meu lado.
-...
- O que pretendia fazer?


 Hilda nos empurrou para fora do caminho e saiu pela porta. As irmãs se entreolharam.


- Pequena aprendiz... Abstraia o ocorrido. Acorde Pietro. Estarei esperando vocês lá embaixo. E quanto minha irmã... Quando voltar da missão, tentarei fazer com que ela não seja mais um problema.
- Sim. 


Então, observei  ela desaparecer no fim do corredor. 
Cheguei perto da cama de Pietro e o balancei delicadamente. 


- Hey. Dorminhoco... acorde.
- Hã...? - disse esfregando os olhos - não era para você estar treinando...? 
- Hellen mandou te chamar. Parece que iremos treinar juntos.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Recuperação - Por Rose

Acordei com a voz de Athenna nos meus ouvidos.

Eu estava dentro de um quarto que tinha grades nas janelas e na porta.
Parecia que eu já havia tentado fugir antes. Mas não lembro desse fato.

Pietro estava ao meu lado dormindo.
- Ei... Ei... Acorda. Pietro! Acorda!

Ele estava apoiado coma cadeira na parede e, pelo susto caiu.
- Ai...A -Alukka! Você está bem? - ele me abraçou chorando.
- Eu estou sim... Pietro, me solta. Pietro, tá sufocando. Garoto você
vai me matar... Pietro...

Ele chorava gradativamente e me apertava mais.

A porta se moveu.
- Então acordaram? - Era o garoto Polyiwa.

Ele estava andando com a ajuda de muletas. É...Parece que 'eu' fiz um estrago grande.

- Sim, mestre. Ela está bem e consciente de si. - Pietro respondeu prontamente.
-Mestre?
- Ah! Alukka, esse é Baldoc, meu mestre.

Epa...

- Ei garoto. Quantos anos você tem?
- 122. Sou um Polyiwa, nós temos como pegar os elementos da natureza como ninfas e
elementais da água para ficarmos 'parados no tempo'. Minhas irmãs também são assim.
A Hilda e a Hellen tem 115, elas são gêmeas, porém tem poderes muito diferentes.
Eu diria que a Hellen tem um pouco mais de experiência e conhecimento que a Hilda.
Logo, logo a senhorita irá conhecê-las.
- Eu tenho uma dúvida. Se os Polyiwa são descendentes dos Shalnarks, você deve saber
algo sobre eles,certo?
- Sim, por que? Algo errado?
- Eles têm o dever de proteger a floresta, certo?
-Sim...
- É que no caminho para cá, nós vim...
Nesse momento entrou duas meninas dentro do quarto, elas tinham olhos grandes, chegavam a ser perturbadores. Uma tinha um dos olhos fechados e um chapéu de duas pontas roxo. Ela ficava me fitando. A outra tinha um rosto mais 'angelical'. Mas os olhos dela me irritavam. E seus trajes eram tão ricos quanto os do garoto Polyiwa.
-Ah... Essas são minhas irmãs... Essa de chapéu é Hellen e essa é a Hilda.
- Oi! - elas disseram ao mesmo tempo.
-...
-Essa é Alukka, nossa convidada. Vocês irão conviver e ensiná-la a proteger a floresta. Seus ensinamentos... Ela os carregará para o resto de sua vida. - ele respondeu.
-Mas... Querido irmão... Ela, como pode ver é uma súcubba, pelos concelheiros... Os Polyiwa não deve...
- Hilda...Você por acaso não estaria me mostrando que eu não posso confiar em você...certo? Então...
-Não! Espere querido irmão....Nós...
-Ei! Espere digo eu! - interferi entre eles - vocês estão brigando pelo o que exatamente...?  E eu não entendi... Como assim... Eu não vou ficar aqui!
- Cale-se súcubba! Não interfira aonde não é chamad...
-HILDA! Como eu disse, ela é nossa convidada. Mais respeito poderia ser demonstrado.
-Minhas desculpas, querido irmão.

Eles então se entreolharam. Então ela fez um sinal para ele e ele o respondeu. Então ela correu para a porta. Porém, antes de atravessá-la ela arriscou um olhar para mim. Sim... pelo o que parece ela não gostou de mim.

- Deixarei vocês descansarem mais um pouco. Amanhã começaremos. - Então, Baldoc sorriu.

Então até nesse momento imóvel, Pietro sorriu também.

Baldoc fez um sinal para a outra irmã e os dois sairam. Trancafiando-me novamente.

- Muito bem! O mestre vai te treinar! está feliz?! Isso é muito bom! Você receberá o melhor treinamento que
você poderia...!

-AH! DROGA! TRANCAFIADA NOVAMENTE!  EU ESTOU MUITO BEM!

Nesse momento eu saí da cama. Mas caí. Andar naquelas condições doía por dentro.
-Alukka! Sua... Doida...

então ele correu para me ajudar a levantar.
-Droga.

O sol estava se pondo. O tempo se tornara mais agradável. Para mim.

sábado, 26 de junho de 2010

Exaustão - Por Rose (Parte II)

"Perigosa a minha sede de sangue, perigosa a minha floresta
de abismos sangrentos, perigosa como A Visitante, A Visitante que me acalma aconselhando-me a silenciar-me.
Minhas presas devem repousar, minhas garras devem repousar,
minha vontade de matar todas as morenas lindas do mundo deve adormecer,
minha vontade de matar todos os humanos em meu redor
e no mundo deve desaparecer.


Eterna Mensagem
de hoje,
quando vai algo me
dizer?


Assim ficamos,
eu, A Eterna Mensagem,
silenciosamente,
dialogando apenas
sem as palavras
que se evaporam
e envenenam
a partir do passar
do Imortal Tempo."

'Eu sabia que um dia não morreria por velhice. Não. Súcubbos são imortais. Morreria por estar me destruindo aos poucos. Ou morreria nas mãos de alguém.


Mas... Eu espero poder matar meu pai antes disso. E quem ousar entrar no meu caminho.


Eu estava dormindo.
Pela primeira vez... calmamente.
Parecia as vozes de anjos entrando pelos meus ouvidos. 
Mas eu sabia que não era.


Era Athenna.




"Ressuscitaria eu, estando no ventre da morte?
Ou gritaria eu pelos ramos da vida eterna?
Quero das duas a sinfonia do céus como vôo de pardais e
sussurros de arvores ao renascer suas folhas a cada amanhecer
Cruzar seu brilho como aroma de bosque que destila pétalas de cristais
numa harmonia que passeia feliz brancos jasmins ofuscado de ouro e prata
Uma vida vasta que caminha entre largas montanhas verdejantes
 impregnando uma sabia continência entre fios tingidos de palavras amorosas
 entre sintonias e poesias que adormecem no seu repouso dentro do meu universo
e de sua voz canto de alegria que voa sobre mim como uma figura que sonha
reconhecendo que o amanhã será o eco potente entre eu e você" 
- Rachel Omena


quarta-feira, 16 de junho de 2010

Irmandade - Por Rose

Que droga. O clima estava apenas complicando as coisas para o meu lado. As pessoas me olhavam. Haviam troca de olhares entre si.


Meu corpo não estava mais respondendo por mim. Meus olhos viam a alma, o medo, a saudade, a dor, a energia de cada um no salão.
Eles haviam mudado de cor eu acho. Isso era ruim. Eu não estava acostumada a me transformar dessa maneira. Provávelmente meu corpo aguentaria mais alguns minutos em pé.


O garoto Polyiwa sentiu isso. Ele recuou. Eu não estava em meu estado normal de transformação. Meu mal dentro de mim talvez tenha ficado irritado pelo corte no rosto, talvez ele tenha ficado irritado por ter uma hospedeira tão fraca. Meu coração doía.


-Garota...Tem algo em sua cabeça. Você então é da raça dos Súcubbos? Vamos parar por aqui. Você não está...


Ele caiu de dor. Estava com um corte grande na barriga. Sangrava muito. Mas ele estava calmo. A luz verde havia desaparecido dos olhos dele. A luta havia acabado. Eu perdi.


Os outros diziam:
-Maldita!
-O nosso mestre! Como você consegui ferí-lo?
-Ela tem que morrer!


porém o garoto continuava quieto, sendo assistenciado por algumas mulheres.


Eu não me controlava mais. A minha chave brilhou. Ouvi a voz de Key.
- Pare! Minha irmã está aí dentro de você!


No que 'eu' respondi:
- Não é natural um morto voltar à vida para controlar uma irmã, você não acha? Principalmente uma Súcubba! 


- Eu prometi que iria ajudá-la. E eu vou. Ela não tem que ficar com a culpa das mortes que você causou!


- Você é despresível, amada irmãzinha. Me aguarde. Quando eu sair deste corpo. Sua protegida irá pagar pelos meus crimes. Ela é fraca, indefesa... Sozinha não aguentará muito...


- Saia agora daí Athenna! Esse corpo é de minha irmã!


- Não quero. Afinal, você também é minha irmã!


- Você não é mais minha irmã depois daquele dia! Ela é minha irmã! agora suma!


Então desapareci, eu não existia mais, eu não vi nada,
estava escuro. Daquele dia...



"Mom, dad, When you two separated, she was torn apart.
She prayed everyday, she wished during every birthday, she loved a castle for that
happy ending.
She believed in dreams of holding mommy's hands and holding daddy's hands at the
same time.
She waited day after day, week after week, months to years.
Until that child faded, but this adult remembers.
She became I, fear, swear, To never make the same mistakes.
To never create an image of a happy family, and tear it apart.
If I could, I would tape it back to get her.
I know, it's all she ever wanted."

Teste - Por Rose

As pessoas sussurravam perto e consecutivamente entre si.
Dava nervoso apenas de pensar que estavam me olhando como uma aberração..


Em cada piscada de olho que eu dava era um movimento de defesa ou de recuo que os humanos davam. Eu era o monstro.


Eu fiz alguns movimentos para me levantar do chão,
então, eles apontaram facas para mim, em sinal de repreensão.
Eu os olhei. Um por um. Perto de mim haviam apenas homens com armas. Facas, lanças e punhais.Por trás deles ao fundo
do salão,haviam algumas mulheres,acho que algumas curiosas. Elas estavem perto das paredes marrons,decoradas com desenhos
rústicos em pequenos detalhes de ouro.Elas cochichavam entre si.
Isso me irritava.


Eu disse com um tom de voz severo:
- Onde está a pessoa que cuida deste lugar? Quero respostas!


Então olhei para cada rosto, cuja expressões misturavam medo
e raiva.


Então algum 'corajoso' disse:
-Você não terá respostas nenhuma, seu monstro!


E outros o acompanharam:
-Ela vai nos matar também!
-Não cheguem mais perto!
-Matem ela!


Eu ouvi atentamente cada resposta deles.Eu não olhei para a face de nenhum humano.Apenas senti o sangue frio que corria
em minhas veias.Era para eu me acalmar.


Eu disse com um tom sarcástico:
-Vocês parecem que viram um fantas...


Então apontaram uma faca para o meu pescoço.


-Cale a boca monstr...


Não deu tempo do humano terminar a frase.Em movimentos curtos e rápidos eu o havia nocauteado.Porém não podia matá-lo.


- Bom, quem será o próximo?!


Os humanos se afastaram aos poucos, passo ante passo, com receio de que eu atacasse.


-Bom... segunda chance..-voltei ao tom sarcástico-
Quero a pessoa que toma conta desse lugar.


-Sou eu.


Por trás de todos, das mulheres, dos homens armados e das 'lindas' paredes de ouro, apareceu um garoto.
Um garoto estranho. As vestes dele eram as mais ricas do lugar.
Aparentava ter a mesma idade de Pietro. E o rosto dele, franzido, parecia me desafiar.


-Ei garoto. Tem certeza que não tem ninguém maior que você tomando conta deste lugar não?!


- Bom você queria me ver, certo? Estou aqui, então diga.


- Tenho dúvidas. Quero respostas e não saio daqui enquanto VOCÊ não respondê-las. Por que estou aqui? Cadê o garoto que estava junto a mim? Por quê eles estão apontando essas 'coisas' para mim?
Tem certeza que você é o responsável por este lugar? Por que me ameaçaram? E você não vai me deixar ir embora...!?


Neste exato momento, percebi que ele havia feito um sinal para os outros humanos, e eles estavam fazendo uma formação circular em minha volta. Estavam me fechando.


O garoto estava na minha frente e disse:
-Venha, quero ver do que você é capaz garota, quero ver seus movimentos.


Quê?


- Eu acho que não entendi direito menino...


- Venha, me ataque com tudo. Quero ver como você mata.


Ele está pedindo para morrer? É isso?


Pensei mais um pouco. Ele era um humano, devia ter uma carta escondida na manga. Não pediria isso atoa. Calculei o golpe e me aproximei em movimentos circulares. Ele permanecia, por incrível que pareça, no mesmo lugar, sem demonstrar o menor incômodo de estar sendo avaliado. Ele sabia o que estava passando na minha cabeça, eu podia sentir isso.


Então ele, já cansado de ser avaliado, atacou. Mas atacou apenas para se aproximar, e depois recuou. Ele queria que eu começasse.


Como ele não tinha a velocidade de um humano comum, eu tomaria cuidado. Ele não era exatamente um humano. Percebi isso quando olhei nos olhos dele. Um deles estava emanando uma luz verde.


Ele fazia parte de um grupo de humanos que haviam uma falha genética, causada pelo cruzamento do sangue humano com o sangue Shalnark, por isso eles viviam na floresta. Mas era raro encontrar
um. Era os Polyiwa.


O poder nos olhos de um Polyiwa era emanado apenas em situações em que o corpo dele percebia 'perigo'.
Então eu percebi essa falha na 'defesa' dele. Eu representava uma ameaça.Porém havia um problema.A luz emanada pelo olho fazia ele ser capaz de ver a condição fisica, os pontos fortes e fracos do
oponente.


Ele sabia que eu vi isso, mas aparentemente nem ligou.


Eu ataquei. Perante a lenda do Polyiwa, o lado do olho que emanava a luz, era o lado com menos reflexos deles. Eu não deixaria essa chance escapar. Não mesmo.


Deixei o meu olho ficar vermelho, desse jeito ficava mais forte. Porém não podia perder o controle. Senão, não sobraria Polyiwa.


Eu o ataquei. Primeiro dei um soco pela esquerda e então desviei  e o acertei pela direita, no rosto. Ele voou. Quando caiu, olhou para mime disse enquanto verificava o maxilar:


-Nada mal menina. Força extraordinária. Velocidade impressionante. Mas acho que deverá se cem vezes mais forte e mais rápida do que isso para me machucar.


- Calma, estou só começando. - respondi.


Droga. Ele deixou ser atacado. Bom,agora sei que ele é resistente.


Ele se levantou calmamente sem demonstrar dor alguma. e me olhou.


-Está apreensiva garota?


-Não. Apenas avaliando a situação.- sorri.


Ele me atacou. vinha pela frente. me preparei para esquivar. Então ele apareceu por cima de mim. Ele era rápido! Muito mais que eu! Sorte que meus reflexos são admiráveis,
antes dele chegar ao chão, eu o chutei para cima.Afinal, ele estava sem defesa. Senti um vento passar perto da minha face.
Ele rápidamente se recuperou e ficou em pé no chão, a uns dois metros e meio de distância de mim.


Percebi que meu rosto sangrava. Como? Ele se esticava? Minha guarda estava montada o tempo todo...como ele..? Era apenas um corte. Mas aquele corte me preocupava, estava latejando, ele havia me aplicado algum tipo de veneno.


- O que você...?


-Não se preocupe.Não é para matar. Apenas é para você ver como é lerda. Eu podia ter te matado.Mas apenas retardei os seus movimentos.- então ele sorriu.


Ele estava certo. O vento podia ter sido alguma espada ou as garras de alguém. Eu podia estar morta.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Exaustão - Por Rose (Parte I)

" Criamos coisas para construir, como também criamos para destruir. E por incrível que pareça isso nos dá prazer. "


Depois de tanta caminhada estávamos exaustos, até para mastigar algumas frutas...


Meu corpo pedia carne...
Minha sede de sangue estava cada vez mais forte...
Sentia que mais algum tempo naquele estado me faria matar Pietro...
Andamos por mais algum tempo...
Depois que Pietro se cortou com um galho caído essa fome parecia bem mais forte e esmagadora...
Meu olhar sedento mudou para um assassino..

Pietro notou aquela situação e tentou me segurar...


- Não Rose, não faça isso, aguente mais um pouco por favor...


- Gahrrg!


Eu sentia meu corpo se movendo para matá-lo, mas minha alma não deixava...
Meu olhar sedento voltou... E disse:


- Corra Pietro, corra dessa vez eu não vou conse...........


Não durou muito até meu olhar assassino voltar...
Como também não demorou para Pietro correr....
Ele estava exausto, suas pernas estavam arrastando no chão, e seu sangue se espalhando por entre os galhos...
Eu estava muito perto...
Repentinamente eu bati em algo, parecia um escudo, Pietro estava do outro lado se arrastando pelo chão com seus pés sangrando...
Algum barulho surgiu pela floresta...
Meu corpo sentia esse ser como inimigo...
Fui ao ataque...
Pela escuridão apareceu um humano...
Ele me segurou, mas não demorou muito para matá-lo...
Todo aquele sangue escorrido pelo chão deixava Pietro inconformado...
Ele não entendia o motivo ao certo...
Muito menos eu...


Terminei o serviço e tentei novamente passar por aquele tipo de escudo...
Gastei toda a minha energia...


E Pietro sem reação alguma, apenas parado mirando aquela situação...


Outro ser se movia pela floresta...
Esse estava com uma energia incalculável...
Meu corpo agonizou com toda aquela energia... Mal conseguia mover...


Depois disso surgiu uma sombra... Não consegui destingui-la...
Escuridão...


Acordo em um local bem espaçoso e com pessoas dizendo:


- Olha acordou!
- Seu olhar mudou, olha!
- Que tipo de criatura é essa?!


" Em todo e qualquer conto existem partes obscuras perdidas..."

( Créditos a Andréia Engel)