segunda-feira, 15 de março de 2010

O Meu Ínicio - Quando Morri

"Sei que posso 'viver', mas o que é a vida se não há coração?
Mas do que me adianta parasitas invejosos se o que mais quero é sentir meu coração bater ?"


- Foi o que ecoou na minha cabeça, naquele momento em que a dor dominava a minha alma.

"Eu não tenho mais motivos para me manter viva."


Eu não acreditei no que senti.

Meu corpo estava vazio.
Eu não acreditei a forma de como eu consegui chegar naquela situação.
Eu sabia que isso um dia iria acontecer, porém não esperava que fosse logo.
 
                                                  ***
              Sou Rose Young Alluka ,nasci há 14 anos na pequena cidade de Darkland. Não conheci meu pai,cresci sozinha, apenas morando em uma casa bem pobre com minha mãe, Thilith e minha irmã mais velha, Key.
Minha mãe,apesar de ser uma súcubba, era muito carinhosa comigo, mas passava pouco tempo em casa conosco. Nunca descobri o porquê.
Minha irmã já era um pouco diferente, ela falava muito pouco, mas o suficiente para me encorajar.
  Nós vivíamos calmamente.
      Em uma noite sombria em que as nuvens emcobriam a lua cheia, que minha irmã Key, pediu para tomar conta de mim de uma forma especial - Cuidando da minha alma. Num primeiro momento eu me assustei.
Ela explicou que queria ter certeza de que eu estava bem, pois havia um certo perigo  nos rodeando ultimamente.
Eu não conseguia babulciar nenhuma palavra no momento.
E perguntei o porquê dela querer logo a minha alma.
Ela me olhou de uma forma feroz. E antes de questioná-la, minha mente apagou. Havia desmaiado.
  Quando acordei, me sentia diferente, um pouco estranha. Eu estava deitada na cama, e minha irmã estava sentada ao meu lado. E percebi que ela segurava um livro, cuja capa havia desenhado um símbolo, que para mim, era desconhecido.
  Ela me olhava de uma forma, que parecia estar cansada. 
  Não me lembro o que ocorreu depois naquele dia.
 
Passaram-se meses depois disso, porém aquela noite nunca saiu da minha mente.
    
                                         ***
            Hoje cheguei mais cedo em casa, e ajudei à minha mãe a preparar a janta, e minha irmã, estava no quarto dela, trancada, como sempre.Nós jantamos poucos minutos depois. Mas a refeição foi um pouco quieta, minha mãe e minha irmã trocando olhares suspeitos durante a janta toda.
Quando eram mais ou menos às 23:00, eu fui dormir.
Minha irmã, estranhamente entrou no meu quarto e beijou minha testa. Me olhou calmamente e ficou alguns minutos me fitando intensamente, me entregou o livro sem dizer absolutamente nada, e saiu. Sem entender nada, coloquei o livro na mesa de cabeceira e fui dormir.
Algumas horas depois, acordei desesperada,  pois ouvi um grito.
      Levantei com muito medo. Muito medo mesmo. Andei pelo corredor cautelosamente até que cheguei na frente da porta do quarto de minha irmã percebi que por debaixo da porta havia algo escorrendo pelo chão de madeira, era de uma cor rubra, um pouco escura.
Eu senti um cheiro de ferrugem, agora eu tinha certeza do que era - sangue. Eu me horrorizei na mesma hora. Abri a porta, muito cautelosamente, que por sinal rangeu de uma forma que irritou os meus ouvidos. Nesse exato momento. Olhei para o dentro do quarto de minha irmã
e havia um homem sentado, no chão, em cima de umas palavras em forma de círculo, igual à capa do livro de minha irmã, falando palavras estranhas, e minha irmã ao seu lado, sangrando, muito.
      Quando esse homem percebeu minha precença, me olhou - seus olhos eram um tom de vinho, muito marcante - arrancou um colar do pescoço de minha irmã, e saiu pela janela. Eu, horrorizada, caí sentada no chão, sem conseguir me mexer, sem conseguir falar, estava imóvel.
Poucos segundos depois, corri para ver como estava minha irmã. Ela não estava morta,ainda. Mas não estava agonizando. Estava quieta, calma.
De repente ela, com uma voz fraca disse:
- Vou morrer em poucos minutos, e quero que você saiba que, quando isso acontecer, sua alma sairá do seu corpo e irá para aquele colar que o nosso pai levou. - disse ela.
- Nos-Nosso pai??? - exclamei assusstada.
- Sim... O que esperava? por que você acha que nunca o conheceu? Ele quer a sua morte.Você é a filha de um demônio com um vampiro. Uma súcubba bastarda. - explicou-me
- Eu, não sabia que ele era vampiro. Pensava que era uma súcubba humana. - disse.
- Mas errou. Olhe, eu preciso que você pegue esse colar - então ela retirou um colar com um pingente em forma de chave do bolso - e nunca o abandone, pois aí minha alma vai estar presa eternamente até você conseguir pegar sua alma de volta. Ele precisa de nossas almas juntas, para conseguir satisfazer o último ritual do livro que está com ele.
Quando você precisar de ajuda peça ao colar, eu te auxiliarei quando precisar, apenas peça com o coração. Cuidado, ele, além de perigoso não tem compaixão. Ele não irá poupar sua vida por que você é filha dele.
Não o deixe possuir o seu livro muito menos este colar, pois sem o livro você estará indefesa, mas sem o colar, nada nem nenhum esforço seu adiantará. E o mais importante, eu te amo muito, minha irmã. - dizendo isso, lentamente fechou os olhos, e com um sorriso nos lábios, faleceu.

Senti meu coração parar de bater.
Minha pele clara, ficou branca e gélida aos poucos.

 "Sei que posso 'viver', mas o que é a vida se não há coração?
Mas do que me adianta parasitas invejosos se o que mais quero é sentir meu coração bater ?"

  - Foi o que ecoou na minha cabeça, naquele momento em que a dor dominava a minha alma.
 
"Eu não tenho mais motivos para me manter viva."
 
Eu não acreditei no que senti.
Meu corpo estava vazio.
Eu não acreditei a forma de como eu consegui chegar naquela situação.
Eu sabia que isso um dia iria acontecer, porém não esperava que fosse logo.
Eu não sentia mais nada. Apenas ódio.Não sentia desespero,medo, dor, amor nem tristeza. Não sentia absolutamente nada.
Apenas ódio. Eu queria matá-lo. Meu pai.
Saí do quarto, deixando para trás, minha irmã, morta prostrada no chão. Meus sapatos sujos de sangue, deixavam pegadas pelo chão do corredor. Aquela cena "trágica" deixou uma expressão bizarra em minha face, de como se eu nunca tivesse sentido nada.
Quem se pussesse no meu caminho, eu mataria. Tinha certeza.
A partir daquele momento, eu comecei uma busca infindável. Uma busca por vingança.


" No dicionário de um assassino não deve haver duas palavras : Amor e Fracasso."