segunda-feira, 24 de maio de 2010

Escuridão - Por Rose

Passou-se mais um dia exaustivo de um “passeio” pela floresta.
Pietro não dizia nada há horas.
Conversávamos com nossas sombras mentalmente enquanto o sol se punha pelo monte.
Já era hora de dormir.
Pietro me olhou de uma forma sonolenta e me perguntou:
- Vamos ficar por aqui?
Aquela frase era o suficiente para mim.
- Vamos sim.
Deitamos perto de uma árvore meio petrificada e ficamos...
Um olhando para o outro...
Não dizíamos nada. Nossos olhares eram sonolentos e calmos...
Essa situação mudou drasticamente quando ouvimos um barulho pela floresta.
Pareciam passos de animais...
No primeiro momento pensamos:
Shalnarks!
Saímos de fininho pela mata... E vimos um grupo deles...
Eles não estavam protegendo a floresta.
Estavam matando-a!
Sangue de animais mortos espalhados e misturados pelo chão...
O coração de Pietro batia mais rápido a cada mínimo movimento de respiração.
Fugimos de lá meio assustados.
- Vamos vagar pela noite toda aqui não é Rose?
- Sim, é o que parece...
O sol ainda estava se pondo...
Cada movimento era calmo e extremamente pensado...
Não queríamos cair em armadilhas...
E então a sombra escura da noite cobriu nossos olhos de angústia e temor.
Juntamente com o barulho de asas de morcegos voando e cigarras cantando.
A noite ia caindo...
Nossos corpos estavam exaustos... A cada passo nosso corpo ia se deteriorando...
Eu já previa que nesse passo nós não duraríamos a noite toda...

E como o previsto... Nós não agüentamos...
Deitamos por um pé de árvore aleatório...
O medo dominava a mente de Pietro, ele mal conseguia dormir...

- Rose... Eu não consigo dormir...

- Relaxe Pietro... Eu ficarei de vigia...

- Não! Você n......
- NÃO INSISTA! Você está cansado!

Nesse momento lembramos que não podíamos falar alto...

E então Pietro foi dormir... Seu corpo não parou a noite toda... Ele parecia estar tendo um pesadelo.
Horas se passaram... E meus olhos estavam a ponto de pregar...
Nesse momento ele não se movia mais e não fazia mais barulho.
Então veio a minha mente:

- Não tem barulho... Estamos em um lugar difícil de encontrar... Acho que já é suficiente...

Dormi... Cada segundo que passava meu corpo se regenerava de forma extrema... Eu sentia como se meu poder aumentasse estrondosamente.

O sol nascia... Minha pele havia começado a arder...
Pietro ainda estava dormindo tranquilamente... Então resolvi não atrapalhar...
Esperei que a luminosidade e o canto dos pássaros o acordassem...

Algumas horas depois ele acordou e me perguntou:

- Por que você não me acordou?

- Eu não mereço essa honra... Além de que minha voz deve ser horrível...

Pietro riu... E disse:

- Mesmo sem querer ser engraçada você é!

- Não sou não!

- Ahaha é sim!

Começamos a correr um atrás do outro sem consequência do perigo que corríamos...      
Aproveitamos e comemos algumas frutas...
Aquela cena era tão alegre... Não parecia nem um pouco com o meu humor...
Mas mesmo assim me sentia bem, pois com ele sentia segurança...
Depois recomeçamos a caminhada... Parecia longa, mas estávamos prontos para tudo...

(Crédito à Andréia Engel)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Desigualdade - Por Rose

"Todos nós temos a sorte de viver.

 Temos um privilégio ao qual não damos o suficiente valor, e no entanto,
continuamos a deter o poder da vida e da morte para as outras espécies e
para os nossos semelhantes. De onde nos vem tão grande arbítrio?
Quem foi o louco que permitiu que o Súcubbo se tenha transformado 
em predador de si mesmo? Quem nos criou fez um trabalho, simplesmente, 
muito imperfeito.

Muito do comportamento social histórico da espécie humana aponta para
uma incompreensível paixão pela destruição de outros seres, se forem 
humanos, melhor ainda. 
O facto curioso é que ninguém seja de que raça, da minha raça,
pode dizer que tem a consciência limpa.

Todos os nossos antepassados têm sangue nas mãos. No entanto 
de nada serve pensar nesse fato. Ele não dos dá conforto.
Bem pelo contrário, é um pensamento muito desconfortável.
Pior que isso, só o sangue que mancha as nossas próprias mãos.

os fracos não reza a história... 
 Enquanto houver quem não se reveja na superioridade de nós, os imperfeitos,
 mas acredite na perfeição das coisas simples e belas, puras e genuínas,
 ainda haverá a capacidade de criar, apenas pelo ato de criação.
 A maldade é genética, instintiva aos súcubbos, mas a consciência e a
 moralidade domestica-se,
 investe-se, sofre-se, mas é uma escolha. Só os fortes sabem escolher.
 Os fracos, deixam-se simplesmente levar."


Era o que eu ouvia, do vento que sussurrava aos meus ouvidos.

Caminhávamos para o vale verde enquanto eu e o vento trocávamos palavras.

Pietro se mantinha quieto.

Afinal, ele também conseguia escutar o que o vento podia dizer, 
apenas quando estava perto de mim. Ele sabia o quanto essas palavras 
doíam no meu peito. Ele sabia. Isso por que ele era humano.

...

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Encontros - Por Rose (PARTE II)

Pietro estava arrumando o lugar, afinal, estava um nojo.
Atrás dele, sem que ele percebesse um grupo de Shalnarks se aproximava sorrateiramente.
Eles apenas estavam o observando, então ele se sentiu observado, e notou que eles estavam olhando.

-Posso ajudá-los? - Perguntava Pietro, educadamente.

Porém não obteve resposta. Apenas gritos, de como se fossem para atacar.
Ele assustado, correu mata adentro, bem na minha direção.
Os Shalnarks o perseguiam.Então ouviram um grito do outro lado da floresta.Parecia chamá-los de volta.

Pietro continuava a correr desesperadamente.

Logo a frente dali, estava eu, tomando banho.

Eu olhava para o céu.


 "Eu? Uma assassina.
Meu desejo ? Morte de meu pai
Minha vida ? Procurá-lo
Meu maior sentimento ? ódio
Meu desejo ? vingança "

Sim. Eu estava convicta do que eu queria.

"Sinto cada vez mais ódio a cada meu despertar. Eu não deveria nascer. Eu não deveria existir.
Ninguém vive sempre com o seu destino já traçado."

Fui imterrompida por Pietro, que mergulhara na água.

- Alluka! Me ajuda! Eles...- Gritava Pietro, desesperadamente.

Eu me levantei. E percebi que os meus seios estavam aparecendo.
Percebi também que Pietro olhava descaradamente para eles.

Eu gritei. Gritei com todas as minhas forças.
Pietro, assustado, fechou os olhos e os tampou com a mão.

- Calma! Eu não vi nada! Eu não vi nada! - Ele gritava.

Então, aproveitando o espaço de tempo, que eu tinha corri e coloquei minhas roupas.

Depois de alguns minutos nos encarando, eu resolvi falar.

- Ok. O que houve?

Pietro, que ainda parecia estar pensando disse inconscientemente:

- Mas eram tão bonitos...

- Hã? - Eu estranhei.

- O que? eu não disse nada! Eu juro!

- Não quero saber disso. Por que você chegou aqui correndo?

- Ah... Aquele grupo que protege a floresta, ficaram me perseguindo. Acho que queriam me matar!

- Bom...Isso não posso negar que eu não queira também, mas eles são tão pacíficos...Como...?

 Nessa hora apareceu um membro do grupo Shalnark e quis me apunhalar pelas costas.

Segurei o punhal e o matei. Seu sangue havia respingado em meu rosto, e escorrido até a minha boca.

Meus pensamentos são vermelhos: não consigo pensar em nada a não ser o gosto acobreado e quente da vida.
Minhas narinas inflam quando perto do odor pungente e distinto de carne.
Mais inebriante do que qualquer droga, a essência ardente da própria vida.

Pietro me segurou. Eu o ataquei.
Eu havia ficado como da primeira vez.

Eu o cortei com o punhal. Seu braço sangrava.

- Rose... Para! O que houve?! - Ele gritava de uma certa distância.

Eu havia mudado. Minha expressão havia ficado agressiva. Eu conseguia sentir isso.
Pietro havia tomado um certo cuidado para quando isso voltasse a ocorrer.
Porém naquele momento de desespero, ele concerteza não lembrava disso.

 - Humano nojento! Sou manchada... Alma impura a vagar pelos caminhos fédidos desta 'TERRA'.
Você não vai conseguir retirar isso de mim!

Então corri inconsciente para a árvore aonde estavamos acampados.

Pietro pegou a minha espada, e a minha faca,que estavam largadas no chão, E correu atrás de mim.

Então quando cheguei à árvore, olhei para cima. Vi estrelas brilhantes a ponto de fazerem desenhos
no céu. Olhei para o Pietro que estava atrás de mim. Então o abracei.

- Vamos dormir. - eu disse, com um pequeno sorriso no rosto.

Ele sangrava. Estava assustado um pouco com a minha mudança repentina de humor.

- Ok. Mas eu terei que fazer um apoio para o meu braço.

Então eu o beijei no rosto. Ele ficou estagnado.

- Eu faço isso para você. não se preocupe. - Então sorri novamente.

Fomos dormir.
Uma voz não me deixava em paz. Era uma voz que apesar de meio aveludada, era agressiva ao mesmo tempo.

"Não importa quantas faces você tenha.
 Não importa o quão poderosa sejas.
 Você sempre será um nada."

Ao som dessa voz adormeci.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Encontros - Por Rose (PARTE I)

Ele olhou desesperadamente para cima e reparou minha face. Ele viu que minha raiva era real.

- Rose... - Pietro babulciou

- Não quero saber ...Vá embora! - Disse, me virando pra ele - não precisamos de você aqui!

Renèe se virou e foi embora.... Afinal... Era o correto a fazer.

 -Rose, sua maluca, de novo assustando os outros.- começou Pietro.

- Olha, o pai não é seu, e além do mais, eu conheço muito bem o pai do Renèe. Ele é capaz de me prender e me entregar diretamente para o meu pai... - expliquei.

Eu vou explcar. O pai do Renèe é um vampiro, originalíssimo. Ou seja, ele tem horror a minha pessoa, por que eu sou uma parte vampira, e uma parte demônio, e pra ele eu não sou pura. Então, como ele eh maior e provávelmente mais forte... Ele acha que tem que me matar.


-vamos embora.

Fomos a caminho da estrada para o vale verde, que é na parte norte de Darkland.

Eu procuraria por ali, mas eu SEI que ele não estaria lá, por que tem muito sol. Se a minha pele dói quando eu ando ao sol, como seria na dele hein?!

Mas o que nós estamos procurando não é ele. Mas sim uma pessoa que o Pietro diz ser capaz de me treinar para qualquer combate.Eu não acredito muito não...

- É verdade! ele é muito forte!

Epa...Ele?

- A pessoa é homem é?

-Sim ué?! Algo contra?

- Sim! As mulheres são melhores na destreza em espada e em outras armas que os homens.Isso é fato.

-Bom se for te reconfortar, ele tem duas irmãs que podem te ajudar.Elas são mestres nisso.Quando ele me treinou...

Epa...Te treinou?


- Vc já foi pupilo dele é?

- Sim!!! Algo contra??? - disse Pietro indignado.

-Calma menino, é que eu pensei, que se ele te treinou ele deve ser uma porcaria... Porque o seu estilo de luta tambem é, oras.

- 'Cuméquié'?


Silêncio total.

A viagem, segundo o garoto humano, duraria mais uns 4 dias. Então, eu haveria de tomar cuidado.

-Quero dormir! Quero tomar banho! Quero jantar! - Eu reclamava.

- Tá, olha, vamos dormir aqui.- Ele escolheu um lugar dentro de uma árvore - Ali tem algumas fontes termais, logo mais a frente.

- Ok. Eu vou ir tomar banho, e você fique aqui.

- Tá.- ele balançou a cabeça de forma positiva.

Andei mais um pouco e achei o que procurava.
Fontes termais!

-Oba, finalmente! - eu saí correndo para perto do lago.

Escolhi um lugar e coloquei minhas roupas ali, a espada e a faca.
E pulei para dentro do lago.

- Que bom... Água quentinha.- eu dizia enquanto tomava banho.

Só que alguns metros de distância dali, Pietro corria perigo.