quarta-feira, 16 de junho de 2010

Teste - Por Rose

As pessoas sussurravam perto e consecutivamente entre si.
Dava nervoso apenas de pensar que estavam me olhando como uma aberração..


Em cada piscada de olho que eu dava era um movimento de defesa ou de recuo que os humanos davam. Eu era o monstro.


Eu fiz alguns movimentos para me levantar do chão,
então, eles apontaram facas para mim, em sinal de repreensão.
Eu os olhei. Um por um. Perto de mim haviam apenas homens com armas. Facas, lanças e punhais.Por trás deles ao fundo
do salão,haviam algumas mulheres,acho que algumas curiosas. Elas estavem perto das paredes marrons,decoradas com desenhos
rústicos em pequenos detalhes de ouro.Elas cochichavam entre si.
Isso me irritava.


Eu disse com um tom de voz severo:
- Onde está a pessoa que cuida deste lugar? Quero respostas!


Então olhei para cada rosto, cuja expressões misturavam medo
e raiva.


Então algum 'corajoso' disse:
-Você não terá respostas nenhuma, seu monstro!


E outros o acompanharam:
-Ela vai nos matar também!
-Não cheguem mais perto!
-Matem ela!


Eu ouvi atentamente cada resposta deles.Eu não olhei para a face de nenhum humano.Apenas senti o sangue frio que corria
em minhas veias.Era para eu me acalmar.


Eu disse com um tom sarcástico:
-Vocês parecem que viram um fantas...


Então apontaram uma faca para o meu pescoço.


-Cale a boca monstr...


Não deu tempo do humano terminar a frase.Em movimentos curtos e rápidos eu o havia nocauteado.Porém não podia matá-lo.


- Bom, quem será o próximo?!


Os humanos se afastaram aos poucos, passo ante passo, com receio de que eu atacasse.


-Bom... segunda chance..-voltei ao tom sarcástico-
Quero a pessoa que toma conta desse lugar.


-Sou eu.


Por trás de todos, das mulheres, dos homens armados e das 'lindas' paredes de ouro, apareceu um garoto.
Um garoto estranho. As vestes dele eram as mais ricas do lugar.
Aparentava ter a mesma idade de Pietro. E o rosto dele, franzido, parecia me desafiar.


-Ei garoto. Tem certeza que não tem ninguém maior que você tomando conta deste lugar não?!


- Bom você queria me ver, certo? Estou aqui, então diga.


- Tenho dúvidas. Quero respostas e não saio daqui enquanto VOCÊ não respondê-las. Por que estou aqui? Cadê o garoto que estava junto a mim? Por quê eles estão apontando essas 'coisas' para mim?
Tem certeza que você é o responsável por este lugar? Por que me ameaçaram? E você não vai me deixar ir embora...!?


Neste exato momento, percebi que ele havia feito um sinal para os outros humanos, e eles estavam fazendo uma formação circular em minha volta. Estavam me fechando.


O garoto estava na minha frente e disse:
-Venha, quero ver do que você é capaz garota, quero ver seus movimentos.


Quê?


- Eu acho que não entendi direito menino...


- Venha, me ataque com tudo. Quero ver como você mata.


Ele está pedindo para morrer? É isso?


Pensei mais um pouco. Ele era um humano, devia ter uma carta escondida na manga. Não pediria isso atoa. Calculei o golpe e me aproximei em movimentos circulares. Ele permanecia, por incrível que pareça, no mesmo lugar, sem demonstrar o menor incômodo de estar sendo avaliado. Ele sabia o que estava passando na minha cabeça, eu podia sentir isso.


Então ele, já cansado de ser avaliado, atacou. Mas atacou apenas para se aproximar, e depois recuou. Ele queria que eu começasse.


Como ele não tinha a velocidade de um humano comum, eu tomaria cuidado. Ele não era exatamente um humano. Percebi isso quando olhei nos olhos dele. Um deles estava emanando uma luz verde.


Ele fazia parte de um grupo de humanos que haviam uma falha genética, causada pelo cruzamento do sangue humano com o sangue Shalnark, por isso eles viviam na floresta. Mas era raro encontrar
um. Era os Polyiwa.


O poder nos olhos de um Polyiwa era emanado apenas em situações em que o corpo dele percebia 'perigo'.
Então eu percebi essa falha na 'defesa' dele. Eu representava uma ameaça.Porém havia um problema.A luz emanada pelo olho fazia ele ser capaz de ver a condição fisica, os pontos fortes e fracos do
oponente.


Ele sabia que eu vi isso, mas aparentemente nem ligou.


Eu ataquei. Perante a lenda do Polyiwa, o lado do olho que emanava a luz, era o lado com menos reflexos deles. Eu não deixaria essa chance escapar. Não mesmo.


Deixei o meu olho ficar vermelho, desse jeito ficava mais forte. Porém não podia perder o controle. Senão, não sobraria Polyiwa.


Eu o ataquei. Primeiro dei um soco pela esquerda e então desviei  e o acertei pela direita, no rosto. Ele voou. Quando caiu, olhou para mime disse enquanto verificava o maxilar:


-Nada mal menina. Força extraordinária. Velocidade impressionante. Mas acho que deverá se cem vezes mais forte e mais rápida do que isso para me machucar.


- Calma, estou só começando. - respondi.


Droga. Ele deixou ser atacado. Bom,agora sei que ele é resistente.


Ele se levantou calmamente sem demonstrar dor alguma. e me olhou.


-Está apreensiva garota?


-Não. Apenas avaliando a situação.- sorri.


Ele me atacou. vinha pela frente. me preparei para esquivar. Então ele apareceu por cima de mim. Ele era rápido! Muito mais que eu! Sorte que meus reflexos são admiráveis,
antes dele chegar ao chão, eu o chutei para cima.Afinal, ele estava sem defesa. Senti um vento passar perto da minha face.
Ele rápidamente se recuperou e ficou em pé no chão, a uns dois metros e meio de distância de mim.


Percebi que meu rosto sangrava. Como? Ele se esticava? Minha guarda estava montada o tempo todo...como ele..? Era apenas um corte. Mas aquele corte me preocupava, estava latejando, ele havia me aplicado algum tipo de veneno.


- O que você...?


-Não se preocupe.Não é para matar. Apenas é para você ver como é lerda. Eu podia ter te matado.Mas apenas retardei os seus movimentos.- então ele sorriu.


Ele estava certo. O vento podia ter sido alguma espada ou as garras de alguém. Eu podia estar morta.

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