quinta-feira, 22 de julho de 2010

Pequenas Dúvidas de madrugada - Por Rose

Não! Não quero pensar mais nisso!
Está escurencendo e estamos prontos para uma noite fria e sombria na montanha.                                                  Dizem que chove nas montanhas. Estamos dentro de uma mina não terminada... Ela é fria e escura... Utilizamos os poucos recursos que tínhamos para iluminar um pouco a caverna... Uma fogueira.... alguns cobertores que trazíamos conosco... e uns peixes que Pietro pescara... Ele era habilidoso com isso.
E como disseram, chovia na montanha.
Ótimo. Menos um dia para PENSAR em algo.
Onde será que está o meu pai a essa hora? Onde está minha alma? O que ele fez com ela?
Por que ele fez isso? Como Key SABIA que ele faria isso? Por que ela confiou sua alma a mim?
E o que é esse livro que eu NÃO CONSIGO ler?
Por quê isso tudo?

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Sobrevivência - Por Rose

Pietro pediu licença e foi se vestir. Enquanto se vestia eu percebi uma espécie de 'terço' fazendo volume no travesseiro dele... Estranho... Ele não é o tipo de pessoa que usaria isso... Seria? Então peguei o terço.

Quando voltou, Pietro estava diferente. O cabelo, sempre meio bagunçado e espetado, agora arrumado. O protótipo de 'terno' que ele sempre usava, agora fora substituído por um traje estranho, que nem eu sei definir direito o que é.

-Vamos? -disse ele
-Com você vestido nessa toalha? Não mesmo!
- Uma súcubba com senso de como se vestir....? - nesse momento corei - Rose, a 'toalha' que eu estou vestindo é um traje usado por sarcedotes em templos. Não posso sair pelo templo vestido daquele jeito,certo? -ele sorriu
-Se você diz...Agora vamos. Hellen está esperando.

Então puxei-o pelo braço e saí correndo arrastando ele. Estávamos descendo as escadas, quando um sarcedote olhou para mim e para Pietro e riu.
Quando chegamos lá embaixo, os sarcedotes estavam conversando e quase derrubamos um. Então este me sai com essa:- Que modos para um ocupante do cargo de sarcedócio!
E ao que eu respondo: -Ele é criança!
-Rose! -Pietro se indignou.

Saímos do templo e fomos ao encontro de Hellen.
-Ela não está aqui...
-Ótimo. Assim volto a dormir.-disse Pietro.
-Você endoidou? O meu tr..

Então ela apareceu como uma sombra atrás de mim.
- Desculpe meninos... Hilda estava impossível... Bom.. o que falarei aqui será muito simples. Pietro, durante esse treinamento de sua amiga, você será responsável pela segurança dela e das pessoas ao seu redor todo o tempo que vocês estiverem fora.
-O que??? - dizemos juntos.
-Ele vai ser minha babá?
-Eu vou ser babá dela?
Nos entreolhamos
-Eu não veria por esse lado... mas já que vocês tem esse ponto de vista... Sim. Bom.. então eu desejo muita sorte a vocês... E vocês já estão dispensados.

Peguei o livro e começamos a andar para o interior da floresta.

- Deve ser um tabalho fácil... pegar um boi, um fungo e uma flor...
-Não. Não é um trabalho fácil... você tem que pegar especificamente o que Hellga mandou senão é reprovada...e teria um outro teste bem mais difícil com ela.
-Mas... é um boi! - eu me indignei
-Mas lembre-se que ele tem que estar VIVO. E você também, para levá-lo até ela.
-Então começaremos pela flor, tudo bem?
- Hã... Alukka... eu adoraria concordar com você, mas uma coisa que eu acho que você não percebeu... foi a ordem que Hellga pronunciou a palavra. E duas vezes.
-O que?
-Você vai ter que começar pelo bisão.
-O quê??? E ela espera que eu ande por aí com ele como se fosse um cachorro? Ele pode matar humanos!
- Sim, mas se eu fosse você eu seguiria por essa ordem... Acredite... eu já passei por algo parecido.

Fomos para as montanhas. Antes das montanhas há vilarejos. Três ou quatro. E em vilarejos há humanos. E humanos têm medo de demônios. E eu sou uma súcubba.
Passamos pelo primeiro vilarejo.
- Rose... Esconde o chifre. Pelamordedeus.
-Não.
-Rose, nós vamos ser atacados. Esconde.
-Não.
-Rose, nós estamos em minoria. Isso aqui é uma mini-cidade. Esconde. Por favor.
-Não... É surdo ou o quê?
-Danou-se.
Então. Dentro de poucos minutos fomos cercados por um grupo de pessoas. Com lanças.
Havia alguns idosos e jovens. E havia uma criança. Droga. Não poderia atacar.
Fomos presos. E soltos no final do mesmo dia. E continuamos nosso caminho.
- Alukka. Como você pôde fazer isso.. não era mais fácil ter coberto o chifre?
- Não. Não gosto das pessoas que não aceitam súcubbos. Não gosto dos humanos.
E isso, por incrível que pareça, ocorreu  nos outros vilarejos também!

Quando finalmente chegamos ao pé da montanha, vimos bisões.
Aquilo mais parecia um campo de batalha. E eu estava no meio. Bisões se batendo e se matando aos montes. Explicação: estavam em época de acasalamento.
- Vocês querem me matar? Vocês me fizeram vir atrás de bichos assim? Como? Eu vou morrer amassada!
-Isso aí. Apenas cuidado... os chifres deles machucam. - disse Pietro em tom de sarcasmo.

E agora? Como.... eu? Mas são..... muitos.

- Mas... Então está bem... ela disse que tenho que levá-lo vivo, certo? Quase-morto é vivo, né?
-E quem vai carregar o bicho?
- Vamos acampar.
-O que?
-Vamos acampar. Quero ver qual foi o bicho que ela escolheu. E logo logo vai escurecer. Acamparemos enquanto há sol.
-Mas ainda é de manhã!
-Pietro. Você que vive aqui... Não sabe que nas montanhas escurece mais rápido? Nós temos que estudar o relevo antes de acamparmos, para termos certeza que não seremos atacados enquanto estivermos dormindo. E teremos que estudar métodos de defesa.
- Tá.

Então eu começei a fazer observações ao longo do "pé da montanha" e buscar pontos-baixos e altos.
Achei uma escavação não terminada abaixo do chão , com a entrada tampada por algumas  àrvores. Enquanto Pietro iria ficar tomando conta dos mantimentos, outro ponto importante que esquecemos completamente.
Eu arrebentei as àrvores. Senti fluir pelas minha veia um poder estrondoso. Parecia que depois de uma noite bem-dormida, eu me recuperava execelentemente.
Ao pé da montanha, a cortando, havia um rio passando. Peixe. Mantimentos. Comida. Barriga cheia. Tudo a ver...

E como sempre metido em confusão... Pietro saiu correndo me procurando por que estava sendo perseguido por um javali.
- A-A-Aluuukkaaaaa! Me ajuda! Socorro!
- Cuidado Pietro! Os dentes dele machucam! - então eu ri.

Depois do incidente que Pietro quase perdeu uma perna pelos dentes do javali, nós o matamos para comer. Estava bom... Eu tinha algumas experiências com a minha irmã de caça e sobrevivência fora de casa. É ótimo aprender isso quando você ainda não precisa. Por que ainda irá precisar.
Nessas horas eu olho o livro. Lembro-me do que meu pai me tirou. Ele me tirou a preparação para o futuro. Ele me deu a oportunidade de ter alguém ruim vivendo dentro de mim. Ele me fez refletir. Como não tenho alma... Athenna faz todo o trabalho para mim. E se um dia ela sair...? Terei falhado em minha missão?

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Primeira missão - Por Rose

Acordei com Pietro me observando.


- Bom dia. Mestre Baldoc já esteve aqui e pediu que assim que você acordasse, para acompanhar-me até lá fora. - então abriu um sorriso.
- Bom dia pra você também. - olhei para a cara dele com vontade de partí-la ao meio.

Pietro foi correndo avisá-lo que eu acordei.
                                        
               ***


Já estavamos no campo de treinamento. E quem iria me treinar seria a irmã de Baldoc. Aquela que tinha um chapéu roxo e um olho fechado.


-Alukka é seu nome, certo ? - Perguntou Hellen.
- Na verdade é Rose... mas prefiro Alukka. - expliquei.
- Então está decidido. Alukka. - declarou ela - Queria pedir desculpas pelo comportamento de minha irmã ontem. Ela respeita muito a conduta Polyiwa. Segundo nossas leis, não podemos mexer, falar, chegar perto e até evitar olhar para as 'raças proibidas'. Mas como o concelho admitiu você aqui acho que ela terá que aceitar-te. Afinal, não vejo problemas em você... Vejo soluções.
- Obrigada. Mas... Creio que sua irmã não pensa assim.
- Acho que ela tem ciúmes de você. - então ela riu.


Ciúmes....?


- Alukka. Fique esperta por aqui. Essas pessoas não gostam de você. Até agora, você poderia tirar como exceção a mim , meu adorado irmão e seu amigo.


Eu a observava. Ela olhava para o alto , reflentindo. Sua mente vagava leve e  lentamente por entre as folhas da árvores, juntamente com os pássaros. 


- Tudo bem..? - perguntei.
- ahn..?! Oh. Sim, apenas lembrava de algo parecido com sua chegada aqui. Não perderemos mais tempo, sim..?! Quero começar com um exercício leve para você.
- Ok.
 -Aqui, na floresta de Skalnir temos variedades de animais e plantas. Quero que você ache e pegue três coisas para mim. Esse exercício serve para avaliar sua capacidade de análise e rastreamento, Pois já estive lá anteriormente. Isso irá ajudá-la, porque aposto que você não conhece essa floresta.
- Tudo bem. Pode falar.
- Quero que você pegue um bisão das montanhas. Ele é fácil de ser encontrado, porém, ele não é o que poderíamos chamar de dócil. Quero que você traga ele VIVO. Quero também que traga um cogumelo que cresce à 2 km daqui, é um pouco difícil de encontrá-lo, pois ele é menor que os outros e se parece muito com a maioria, mas ele possui uma 'pintura' muito 'diferente' em azulado, você o reconhecerá por uma razão: ele nasce dentro das cavernas. E por último, mas não menos importante quero uma flor. Mas não darei dicas, você terá que analisar aonde será SEU próximo passo pela energia dos MEUS.
- Um bisão. Um cogumelo. Uma flor. Algo mais...?
- Sim. Não morra. Fuja dos Shalnarks.
-Entendido. 
Saí correndo.
- Ei. Espere. 
- ?
- Leve isso com você. - então entregou-me uma... lanterna... mini- cetro... qulquer coisa estranha que brilhava MUITO - Isso te trará de volta para cá em caso de perigo. Se for um Shalnark, não reaja. Fuja. Eles estão se matando aos poucos, ao ferir a floresta-mãe deixe- os pagar pelos próprios erros. 
- Sim. 
- Volte em 120 horas, ou seja, cinco dias. Não quero você andando sozinha por aí  por mais de cinco dias. Epa.


Ela me olhou como algo tivesse clareado a mente dela.


- Pietro. Traga-o aqui.
- Certo! - respondi prontamente.
Corri pelos fundos do Templo e os sarcedotes não me entendiam. Subi dois lances de escada até chegar ao andar do quarto onde Pietro estava descansando. Abri a porta abruptamente. E o vi dormindo. Com Helga ao lado dele com a mão em seu rosto.


"Então está decidido. Alukka. Queria pedir desculpas pelo comportamento de minha irmã ontem. Ela respeita muito a conduta Polyiwa. Segundo nossas leis, não podemos mexer, falar, chegar perto e até evitar olhar para as 'raças proibidas'. Mas como o concelho admitiu você aqui acho que ela terá que aceitar-te. Afinal, também não vejo problemas em você... Vejo soluções.


 Obrigada. Mas... Creio que sua irmã não pensa assim.


 Acho que ela tem ciúmes de você. 


Ciúmes....?"


Entendi o porquê.


-Ei. Como se atreve a entrar nos aposentos dele dessa maneira, súcubba? - indignou-se.
- Aqui é o meu quarto também! Posso entrar aqui a hora em que eu quiser!
- Sua...
- Que foi?! E o que você estaria por acaso fazendo ao lado do meu amigo?
- Não por muito tempo, assassinazinha. Logo, logo ele não chegará mais perto de você.
- Saia daqui vovó. Este quarto não é um retiro para idosos!
- Garota insolente...  - os olhos dela mudaram. Um olho estava emanando uma  luz azul - Ars non habet inimicum n... - ela estava concentrando uma energia estranha nas mãos.
- HILDA! - Hellen apareceu ao meu lado.
-...
- O que pretendia fazer?


 Hilda nos empurrou para fora do caminho e saiu pela porta. As irmãs se entreolharam.


- Pequena aprendiz... Abstraia o ocorrido. Acorde Pietro. Estarei esperando vocês lá embaixo. E quanto minha irmã... Quando voltar da missão, tentarei fazer com que ela não seja mais um problema.
- Sim. 


Então, observei  ela desaparecer no fim do corredor. 
Cheguei perto da cama de Pietro e o balancei delicadamente. 


- Hey. Dorminhoco... acorde.
- Hã...? - disse esfregando os olhos - não era para você estar treinando...? 
- Hellen mandou te chamar. Parece que iremos treinar juntos.