Eu sou a sombra na parede
Eu sou o monstro em que você se torna
Eu sou o pesadelo em seu crânio
Eu sou o punhal nas suas costas
Uma curva a mais na tortura
Eu sou o tremor em seu coração
A dor pontuda, o começo rápido.
Você logo morrerá..."
- AAAAHHHHHHHHH! - eu acordei em um pulo repentino.
Eu percebi que estava em um quarto escuro,
apenas as luz do sol, por trás da cortina, iluminava o ambiente.
A porta do quarto se abriu, e Pietro correu para o lado da cama
em que eu me encontava.
- Que bom que você acordou. Já estava me assustando o fato de você
ter durmido por quatro dias direto. - Disse.
Notei que, na soleira da porta, se encontrava um rosto conhecido.
Era uma velha amiga de minha mãe.
- Senhora Fryggs?! A senhora... - Eu tentava entender a situação
da melhor maneira possível.
Porém fui interrompida por Pietro.
- Conhece a senhora Fryggs? - Perguntou ele.
- Sim, ela nos visitava toda semana para ajudar a minha irmã em algumas
tarefas - expliquei - Como a senhora está?!
Ela permaneceu em silêncio.
- Você está...diferente. Eu não a reconheceria se não comentasse de sua irmã.
Ela chamou Pietro para ir para fora do quarto. Ele obedeceu.
Eles conversavam atrás da porta. Levantei da cama calmamente e escutei a conversa.
- Eu não sabia que você conhecia uma súcubba.- Ela disse.
- Súcubba? Ela? Um demõnio? Como pode ela ser uma...?
- A família dela é uma das mais procuradas, por causa de seu pai.
Mas... O que houve com a aparência dela?
- Eu não sei. Quando eu a conheci era já estava assim. Por que?
- É que... Seus traços permanecem inconfundíveis. Exeto pelo rosto pálido
e gélido, como se não lhe corresse sangue nas veias, e não tivesse emoções...
Os olhos outrora gentis tornaram-se vermelhos. De reconfortantes passaram a ameaçadores.
Porém continua bela. Uma beleza melancólica e serena, como se não lhe restasse luz.
- Ela... Eu não sei.- Diante de suas palavras, ele ficara emcabulado.
Então ficaram em silêncio.
Corri para a cama, e abriram a porta com rapidez.
- Querida... - Ela quis se referir a mim.
- Eu quero ir embora! - Gritei para o Pietro. Afinal, ele já havia percebido que ela me
olhava com ódio. Ela apenas gostava de minha irmã. Não de mim.
- Mas Rose, você mal podia ficar em pé... Eu não tenho condições de... - ele tentava argumentar.
Me levantei da cama e saí correndo como uma louca, sem olhar para trás. Afinal,
não gosto de ficar em um lugar que não gostam de minha presença.
- Me perdoe senhora Fryggs! Eu a agradeço pela hospitalidade porém preciso ir!
Dê lembranças a minha mãe! - Gritou Pietro, já que estava correndo atrás de mim feito um louco.
Parei de correr quando cheguei à praça principal do vilarejo. Percebi então que estava de camisola.
Por que isso acontece comigo?
Pietro, que ainda estava correndo, me puxou para dentro de uma loja.
- Ei garota! Vê se para de me dar sustos! - Disse ele ofegante - Aqui estamos seguros.
É a loja do meu tio, ele vende roupas. Acho que podemos conseguir algumas para você...
- Obrigado, acho que preciso mesmo. - falei um pouco sem graça. Apenas pelo fato de um menino
estar me vendo de camisola.
Algumas horas depois, estávamos saindo da loja.
- Sua chata! Por que você me fez gastar o MEU dinheiro para comprar roupas para VOCÊ? - Ele reclamou.
- Mas eu não tinha dinheiro para pagar o seu tio! E além do mais, foi você que se ofereceu para pagar o vestido!
Eu não pedi nada! - Retruquei.
- Pensando bem... Você até que ficou bem nesse vestido... - Ele corou.
Bom AGORA a nossa busca iria começar. Nada mais de enrolação! Chega de atrasos, desmaios, bandidos ou paradas
sem sentido!
Porém fui interrompida...
- Ora, ora... Quem eu encontro depois de dois anos! – disseram em meio alguns vultos - Olá Alluka!
Era Renèe, um amigo meu.
- O que quer comigo, afinal? – perguntei.
- Sabemos o que aconteceu com sua irmã. Meu pai quer te ver... Ele tem algo importante a te dizer. – disse.
- Pois dê o seguinte recado: “Tenho coisas mais importantes a resolver”.
- É sobre seu pai...
Pietro, que estava observando, suou frio.
- Que ótimo! Porque o que tenho a resolver também tem a ver com ele! E eu aposto que é mais importante do que o seu pai tem a dizer... – disse sorrindo sinicamente – Teremos que adiar nosso encontro. Estou ocupada.
-Mas Rose... - Ele insistiu.
- Você sabe que o seu pai era amigo do meu. Nada que ele disser irá fazer diferença alguma.
- Nós podemos ajudar. Se você quiser...
- Eu já disse que não! Eu quero fazer isso sozinha! - Gritei - Agora já perdi muito tempo com você. Adeus.
Eu já iria me virando, e puxando o braço de Pietro comigo, quando senti uma das mãos de Renèe tocar meu ombro.
- Eu já disse que não quero ir! - e o empurrei.
Ele caiu no chão. quando se levantou, virou-se para mim.
- Mas nós queremos ajudar! - Ele ignorou absolutamente tudo que eu havia dito.
Que raiva da cara de bobo dele!Eu não pude me controlar... Peguei-o pelo pescoço e encostei-o na parede.
Ele já estava roxo quando disse:
- Tanto EU como VOCÊ somos especiais... E não me faça mais perder tempo, senão eu te MATO! – então soltei ele.
Ele, por sua vez, caiu ao chão, tossindo muito.
...
"A única coisa capaz de curar o ódio, é a ação."
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