quarta-feira, 28 de abril de 2010

Que audácia! - Por Rose

"Eu sou o medo que te mantém acordada
Eu sou a sombra na parede
Eu sou o monstro em que você se torna
Eu sou o pesadelo em seu crânio
Eu sou o punhal nas suas costas
Uma curva a mais na tortura
Eu sou o tremor em seu coração
A dor pontuda, o começo rápido.


Você logo morrerá..."

- AAAAHHHHHHHHH! - eu acordei em um pulo repentino.


Eu percebi que estava em um quarto escuro,
 apenas as luz do sol, por trás da cortina, iluminava o ambiente. 


A porta do quarto se abriu, e Pietro correu para o lado da cama
em que eu me encontava.


- Que bom que você acordou. Já estava me assustando o fato de você 
ter durmido por quatro dias direto. - Disse.


Notei que, na soleira da porta, se encontrava um rosto conhecido.
Era uma velha amiga de minha mãe.


- Senhora Fryggs?! A senhora... - Eu tentava entender a situação
 da melhor maneira possível.


Porém fui interrompida por Pietro.


- Conhece a senhora Fryggs? - Perguntou ele.


- Sim, ela nos visitava toda semana para ajudar a minha irmã em algumas
tarefas - expliquei - Como a senhora está?!


Ela permaneceu em silêncio.


- Você está...diferente. Eu não a reconheceria se não comentasse de sua irmã.


Ela chamou Pietro para ir para fora do quarto. Ele obedeceu.
Eles conversavam atrás da porta. Levantei da cama calmamente e escutei a conversa.


- Eu não sabia que você conhecia uma súcubba.- Ela disse.


- Súcubba? Ela? Um demõnio? Como pode ela ser uma...?


- A família dela é uma das mais procuradas, por causa de seu pai.
Mas... O que houve com a aparência dela?


- Eu não sei. Quando eu a conheci era já estava assim. Por que?


- É que... Seus traços permanecem inconfundíveis. Exeto pelo rosto pálido 
e gélido, como se não lhe corresse sangue nas veias, e não tivesse emoções... 
Os olhos outrora gentis tornaram-se vermelhos. De reconfortantes passaram a ameaçadores.
Porém continua bela. Uma beleza melancólica e serena, como se não lhe restasse luz.


- Ela... Eu não sei.- Diante de suas palavras, ele ficara emcabulado.


Então ficaram em silêncio.
Corri para a cama, e abriram a porta com rapidez.


- Querida... - Ela quis se referir a mim.


- Eu quero ir embora! - Gritei para o Pietro. Afinal, ele já havia percebido que ela me
 olhava com ódio. Ela apenas gostava de minha irmã. Não de mim.


- Mas Rose, você mal podia ficar em pé... Eu não tenho condições de... - ele tentava argumentar.


Me levantei da cama e saí correndo como uma louca, sem olhar para trás. Afinal, 
não gosto de ficar em um lugar que não gostam de minha presença.


- Me perdoe senhora Fryggs! Eu a agradeço pela hospitalidade porém preciso ir! 
Dê lembranças a minha mãe! - Gritou Pietro, já que estava correndo atrás de mim feito um louco.


Parei de correr quando cheguei à praça principal do vilarejo. Percebi então que estava de camisola.
Por que isso acontece comigo?


Pietro, que ainda estava correndo, me puxou para dentro de uma loja.


- Ei garota! Vê se para de me dar sustos! - Disse ele ofegante - Aqui estamos seguros.
 É a loja do meu tio, ele vende roupas. Acho que podemos conseguir algumas para você...


- Obrigado, acho que preciso mesmo. - falei um pouco sem graça. Apenas pelo fato de um menino 
estar me vendo de camisola.


Algumas horas depois, estávamos saindo da loja. 


- Sua chata! Por que você me fez gastar o MEU dinheiro para comprar roupas para VOCÊ? - Ele reclamou.


- Mas eu não tinha dinheiro para pagar o seu tio! E além do mais, foi você que se ofereceu para pagar o vestido!
Eu não pedi nada! - Retruquei.

- Pensando bem... Você até que ficou bem nesse vestido... - Ele corou.


Bom AGORA a nossa busca iria começar. Nada mais de enrolação! Chega de atrasos, desmaios, bandidos ou paradas
sem sentido!


Porém fui interrompida...


- Ora, ora... Quem eu encontro depois de dois anos! – disseram em meio alguns vultos - Olá Alluka! 


Era Renèe, um amigo meu.


- O que quer comigo, afinal? – perguntei.


-  Sabemos o que aconteceu com sua irmã. Meu pai quer te ver... Ele tem algo importante a te dizer. – disse.


- Pois dê o seguinte recado: “Tenho coisas mais importantes a resolver”.


- É sobre seu pai...


Pietro, que estava observando, suou frio.


- Que ótimo! Porque o que tenho a resolver também tem a ver com ele! E eu aposto que é mais importante do que o seu pai tem a dizer... – disse sorrindo sinicamente – Teremos que adiar nosso encontro. Estou ocupada.


-Mas Rose... - Ele insistiu.


- Você sabe que o seu pai era amigo do meu. Nada que ele disser irá fazer diferença alguma.


- Nós podemos ajudar. Se você quiser... 


- Eu já disse que não! Eu quero fazer isso sozinha! - Gritei - Agora já perdi muito tempo com você. Adeus.


Eu já iria me virando, e puxando o braço de Pietro comigo, quando senti uma das mãos de Renèe tocar meu ombro.


- Eu já disse que não quero ir! - e o empurrei.


Ele caiu no chão. quando se levantou, virou-se para mim.


- Mas nós queremos ajudar! - Ele ignorou absolutamente tudo que eu havia dito.


Que raiva da cara de bobo dele!Eu não pude me controlar... Peguei-o pelo pescoço e encostei-o na parede. 
Ele já estava roxo quando disse:


- Tanto EU como VOCÊ somos especiais... E não me faça mais perder tempo, senão eu te MATO! – então soltei ele. 


Ele, por sua vez, caiu ao chão, tossindo muito.


...

"A única coisa capaz de curar o ódio, é a ação."

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