quarta-feira, 14 de abril de 2010

E a busca começou - Por Rose

  Dentro de casa, o vento gelado lambia meu corpo.
A luz da lua espelhava meus olhos de rubi sedentos. 

"Porque aconteceu?
MALDITO SEJA ELE!"
Como eu saciaria minha raiva? Sair de casa era uma ótima opção.
Não aguentava mais aquele cheiro doce, de ferrugem, que o sangue espalhado pelo quarto emanava.
Abri a porta de casa. Sabia que não voltaria mais.
Mas... Eu não queria pensar nisso naquele momento. Não mesmo.
Mas nada iria me ajudar naquele momento. Me acalmei.

Minha bipolaridade é encantadoramente covarde...

Como não sabia por onde iria começar a minha busca, saí sem rumo. 
Não queria saber se era perigoso. Dane-se tudo!
 Apenas, quero matá-lo. Nada demais.
Uma sede inigualável de sangue veio a partir desse desejo.
Começei a pensar um pouco... Naquela hora, era a única coisa que me restava fazer.
"Porque não procuro por partes? como estou na zona oeste de Darkland, não me custa nada dar uma olhada."
E fui mesmo. Procurei em todos os lugares. Pequenas florestas, campos descampados, vilarejos...
 
*Puf**Puf*Puf* 
- Não aguento mais! Eu não sabia que a zona oeste era tão grande! - Exclamei.

Já haviam se passado dois dias que eu havia saído de casa. Dois dias sem dormir. E nada.
Eu cansada, sentei embaixo de uma árvore, afinal, estava um sol horrível. 
Eu definitivamente não nasci para ficar andando debaixo do sol. Quando eu o fazia, minha pele doía.
 "Maldito vampiro. Por que fez isso?"

   Meu pensamento foi interrompido. Senti chegarem perto de mim. 

 - O que uma menina como você estaria fezendo aqui? - falou a pessoa.
Era um homem mal-encarado, deveria ter uns...2 metros de altura. Ele estava corregando uma espada.
E me olhando muito. Até demais pro meu gosto.

- Não é da sua conta.- respondi mal-criadamente.

- Não seja mal educada menina! Você não sabem com quem está falando! Eu sou o ter..

- EU NÃO QUERO SABER! ME DEIXE EM PAZ! - Gritei com todas as minhas forças.

O homem avançou pra cima de mim com muita raiva, e sacou a espada e a apontou pra mim.
Ele me golpeou, porém, eu por sorte, desviei.
Apenas bati no pulso dele e o desarmei.
Ele me olhou com mais ódio ainda.

- Tome sua espada. Cuidado. Da próxima vez, posso te matar. Isso foi apenas um aviso. - 
Eu dizia enquanto me abaixava para pegar a espada do chão.

Ele covardemente retirou uma faca do sapato e tentou me golpear pelas costas.
 Eu, com um golpe certeiro em seu pescoço, o matei.
O sangue dele sujou mais ainda, o meu lindo vestido. Manchado pelo sangue de minha irmã. Isso me irritou um pouco.

- Eu avisei, não? - debochei.

Retirei a espada de seu pescoço e a levei comigo.
E também peguei a faca das mãos do defunto. Podia servir de algo.

- Bom, agora só falta um lugar para procurar. Aquela taberna no final do vale. - falei.
 Depois do vale, vem a zona norte de Darkland.
 
- Não posso perder mais tempo. - disse e saí andando.

O sol já estava alto. Eu estava sedenta.
  
Cheguei nas margens de um rio, e me abaixei para tomar um pouco d'agua, porém, estava com tanto calor, que resolvi me banhar nele. Um banho rápido. Nada demais.

Retirei toda a minha roupa e as deixei debaixo de uma árvore, junto com as armas. Era um carvalho, que por sinal era bem grande, e fazia uma ótima sombra. Então mergulhei no rio. Era bom estar sentindo a água correr.

Mas novamente, não pude ficar em paz. Alguém estava ali.

Saí do rio e corri para atrás do grande carvalho. Estava escondida, e fiquei esperando.

A pessoa notou as minhas roupas.
Era um garoto. Parecia ter a minha idade. Era um humano, ou seja, não representava perigo.

- Roupas? Aqui? por que...? - ele parecia um pouco confuso - E são roupas femininas. - o rosto dele ficou um pouco avermelhado.

Ele começou a pegar as minhas roupas. E as armas. 

- Que audácia! - eu falei baixo.

Ele estava tocando nas minhas roupas! E iria levá-las com ele se eu não fizesse algo! Se ele as levasse... Como eu sairia dali..? 

Então até mesmo um pouco inocente, eu saí correndo e o abordei.

- Ei! Solte as minhas roupas agora mesmo! - gritei.

O garoto meio que sem entender nada, tampou os olhos com as mãos na mesma hora. Ele realmente estava vermelho.

- Ops! - eu felei.

Então corri para trás do carvalho novamente. Eu estava nua! Eu não havia percebido! Como isso foi acontecer?

- Hã... Garoto... Pode devolver as minhas roupas por favor...? - Eu falei de trás da árvore, meio sem jeito 

- Essas? S-são s-suas? - Ele estava tão envergonhado quanto eu.

- Sim! E agora devolva! - voltei ao meu tom irritada.

- C-c-claro. - ele passou as roupas pera trás da árvore.

- E não espie! - Eu berrei.

Ele me pareceu um pouco assustado, e se afastou do carvalho rapidamente. 

Eu vesti rapidamente as minhas roupas e fiquei a fitá-lo.

- Você não é daqui, né? - Ele perguntou.

- Não, estou apenas de passagem - respondi

- Você anda com armas... Por que uma garota andaria com armas? - Ele disse 

Isso me revoltou. Como assim? Uma garota não poderia trazer consigo uma espada e uma faca?

- E o que você tem a ver com isso? Eu as uso por que preciso. Nãe é da sua conta! - eu o repondi, muito bem respondido.

- Ei, não diga assim! Eu lhe perguntei por que não é comum ver meninas, andando com uma espada por aí! - respondeu ele - pode ser perigoso!   

Eu fiquei com mais raiva ainda.

- Perigoso é você me tirar do sério! Só por que é um garoto, não precisa se sentir superior a mim! - gritei.

- Eu não disse que...

- Ah garoto! Eu tenho mais o que fazer! - gritei novamente.

- Ei por que você está brava? Eu não disse nada demais! - ele baixou o tom de voz - Eu apenas estava preocupado com você! Sua garota estranha!

- Estranha? Eu? Não sou eu que fico pegando as roupas dos outros! - Retruquei.

- Pegar as roupas dos outros, endoidou? E você, que apareceu pelada na minha frente? - ele me respondeu.

Eu fiquei com muita raiva. Muita mesmo!
Eu quiz acabar com aquele humano irritante ali e naquele exato momento!

Então avancei pra cima dele.

... 


" eu não existo mais. matar pessoas me faz provar que existo"

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