sexta-feira, 21 de maio de 2010

Desigualdade - Por Rose

"Todos nós temos a sorte de viver.

 Temos um privilégio ao qual não damos o suficiente valor, e no entanto,
continuamos a deter o poder da vida e da morte para as outras espécies e
para os nossos semelhantes. De onde nos vem tão grande arbítrio?
Quem foi o louco que permitiu que o Súcubbo se tenha transformado 
em predador de si mesmo? Quem nos criou fez um trabalho, simplesmente, 
muito imperfeito.

Muito do comportamento social histórico da espécie humana aponta para
uma incompreensível paixão pela destruição de outros seres, se forem 
humanos, melhor ainda. 
O facto curioso é que ninguém seja de que raça, da minha raça,
pode dizer que tem a consciência limpa.

Todos os nossos antepassados têm sangue nas mãos. No entanto 
de nada serve pensar nesse fato. Ele não dos dá conforto.
Bem pelo contrário, é um pensamento muito desconfortável.
Pior que isso, só o sangue que mancha as nossas próprias mãos.

os fracos não reza a história... 
 Enquanto houver quem não se reveja na superioridade de nós, os imperfeitos,
 mas acredite na perfeição das coisas simples e belas, puras e genuínas,
 ainda haverá a capacidade de criar, apenas pelo ato de criação.
 A maldade é genética, instintiva aos súcubbos, mas a consciência e a
 moralidade domestica-se,
 investe-se, sofre-se, mas é uma escolha. Só os fortes sabem escolher.
 Os fracos, deixam-se simplesmente levar."


Era o que eu ouvia, do vento que sussurrava aos meus ouvidos.

Caminhávamos para o vale verde enquanto eu e o vento trocávamos palavras.

Pietro se mantinha quieto.

Afinal, ele também conseguia escutar o que o vento podia dizer, 
apenas quando estava perto de mim. Ele sabia o quanto essas palavras 
doíam no meu peito. Ele sabia. Isso por que ele era humano.

...

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